Paris: voltar é preciso

Outubro 2011

Sei da importância de navegar por novos mares. Mas penso que voltar aos lugares que se ama é igualmente prazeroso. E a poucos lugares sinto tanta vontade de voltar como a Paris, cidade que me emociona como nenhuma outra (à exceção do meu Rio de Janeiro). Quando me dou conta, já preteri algum novo destino pra fazer caber mais um pouco de Paris no meu ano. E, uma vez lá, um sentimento da mesma natureza me faz querer voltar sempre a certos lugares.

Desta vez, além de conferir novos endereços, busquei, uma vez mais, o conforto de lugares já conhecidos – poucas coisas na vida são tão boas como encontrar prazer naquilo que nos é, de alguma forma, familiar.

Macarons do Pierre Hermé. Os melhores da cidade. Houve um tempo em que julgava serem melhores os da Ladurée. Mas como é bom permitir-se a liberdade de mudar de opinião, de não viver atado às próprias verdades. Hoje, tenho a convicção de que os de Hermé são, sim, muito superiores. Sua massa é incomparável, não há nada igual.

Éclairs da Fauchon. Aliás, o plural não se justifica, pois jurei fidelidade a um deles e como sempre o mesmo: caramel au beurre salé.

Jantar no La Regalade. Os pratos eu até vario (esse ano experimentei um risotto de tinta de lula com camarões, presunto ibérico e pimenta de Espelette que estava sensacional), mas a sobremesa é sempre a mesma: riz au lait com caramelo salgado.

Paris-Brest na Pâtisserie des Rêves. Desta vez, fui à filial da rive droite, na rue de Longchamp, que tem um salão de chá, onde se pode sentar e saborear as pérolas de Philippe Conticini. Aliás, ao me acomodar no salão, quem vejo na mesa ao lado? Ele, monsieur Conticini, um dos meus ídolos na moderna confeitaria francesa. Ganhei o dia.

Mil-folhas no Jacques Genin. O sujeito é um perfeccionista. Nada ali é menos que impecável. Sejam os chocolates, os caramelos, seja a linha de pâtisserie. Seu mil-folhas, se não é o melhor da cidade, certamente, está entre os melhores. O de caramelo salgado é de fazer esquecer a etiqueta à mesa. Além do mil-folhas, sempre revisito o Paris-Brest, que é quase tão bom quanto o da Pâtisserie des Rêves.

Há quem diga que jamais se deve voltar aos lugares onde se foi feliz. Poucas máximas me parecem fazer menos sentido.

 

Pierre Hermé - http:/www.pierreherme.com/

Fauchon - http:/www.fauchon.com/

La Regalade - 14 Av Jean Moulin – 14ème
123 rue Saint Honoré – 1er

Pâtisserie des Rêves - http:/www.lapatisseriedesreves.com/

Jacques Genin – 133 rue de Turenne – 3ème

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