The Slow Bakery, o café

Agosto 2016

The Slow Bakery

Já falei algumas vezes sobre a The Slow Bakery neste blog. A última delas foi num post publicado em março, quando a padaria havia acabado de ganhar endereço aberto ao público, com um café anexo à área de produção. Já fazia quase um ano que seus maravilhosos pães frequentavam minha mesa, mas sobre o café ainda era cedo pra opinar. Hoje, quatro meses e muitas visitas depois, não só posso, mas devo fazê-lo.

Trata-se de um dos lugares que mais tenho frequentado no Rio. As razões pra isso não são poucas. Algumas são objetivas, como a qualidade dos pães e de tudo mais que se serve ali. Outras, bastante subjetivas, como a admiração e o respeito que tenho pela dupla que comanda o espaço, Rafael e Ludmila, e minha afinidade com sua visão do mundo das comidas. É gente competente e séria, que não busca fama e status, mas realização. O sucesso é consequência.

The Slow Bakery

Lembro bem o dia em que essa admiração ultrapassou os pães e chegou às pessoas por trás dos fornos. Numa das edições da feira Junta Local no ano passado, fui à banca da padaria pra me abastecer e acabei engrenando uma conversa com Ludmila. Comentei que já era cliente na venda on-line fazia alguns meses e ela então perguntou meu nome. Quando respondi, ela dirigiu-se ao parceiro e disse: “Rafa, você não vai acreditar, essa é a Constance”. Das primeiras palavras dele não me recordo, pois, àquela altura, a timidez embotava minha compreensão. Mas consegui recuperá-la a tempo de ouvir o mais importante: “Olha, foi lendo seu blog que descobri os incríveis pães da Flávia Maculan. Pensei: ‘esse é o pão que eu quero fazer’. Entrei em contato com ela, que me recebeu em São Paulo, foi muito bacana.”

Naquele momento, entendi que tão grandes quanto os pães da The Slow Bakery são as pessoas que a comandam. Só os grandes são capazes de tamanha humildade. Essa impressão é reforçada em mim a cada visita desde que o café foi inaugurado. Além de comer bem, sempre aproveito pra observar o movimento da cozinha e trocar dois dedos de prosa com o casal.

The Slow Bakery

Digo tudo isso pra que fique claro pro leitor que não são meramente objetivos os motivos que me munem de paciência pra enfrentar as filas de espera e as falhas que ainda há no serviço – que ficam bastante evidentes nos horários de pico. Mas quem se dispuser a ir em frente, há de encontrar compensações. Compartilho aqui algumas delas.

No café da manhã, não abro mão do pão dourado na chapa e do ótimo pingado, que elevam o clássico de nossos desjejuns a outro patamar. Nos dias em que a fome é maior, vou além e acrescento ao pedido uma panelinha de ovo.

The Slow Bakery

The Slow Bakery

Os sanduíches da casa são deliciosos. Ostentam virtude rara nas mesas cariocas, a de unir excelentes pães a ingredientes igualmente excelentes nos recheios. No misto-quente, brilha o sabor do queijo meia cura da Mantiqueira, que reaparece no queijo-quente, onde ganha a companhia de um naco de parmesão da Mantiqueira. No Croque do Padeiro, ressurgem estes mesmos queijos: um no recheio, ao lado de presunto e delicado bechamel; o outro, gratinado, na finalização. Já o Italianinho traz mortadela, mostarda e rúcula entre duas fatias de uma tremenda focaccia.  

The Slow Bakery

The Slow Bakery

The Slow Bakery

Além do que já está no cardápio, há boas promessas de novidades. Tenho visto receitas sendo testadas, como os bolos feitos com fermento natural, em cujo aperfeiçoamento a equipe ainda está trabalhando. Ou o ótimo brioche, resultado de 48 horas de fermentação, que tive a chance de experimentar antes de ser colocado à venda.  O brioche, aliás, é base da mais nova criação em teste, que prestará homenagem a um ícone das lanchonetes cariocas, o joelho, tão negligenciado nos balcões da cidade.

The Slow Bakery

Por todas essas razões, sigo voltando a este belo lugar com que Ludmila e Rafael nos presentearam. Num cenário onde o sucesso é cada vez mais perseguido como fim em si mesmo, e não necessariamente resultado de trabalho e dedicação, é um alento contar com um mais um endereço onde há comida de verdade feita por gente de verdade, não por personagens.

The Slow Bakery – Rua São João Batista 93 – Botafogo

http://www.theslowbakery.com.br/

por: Eliane André em 05-08-2016
Constance!
Delícia ler você sobre as delícias da Slow Backery!!!
Beijas!!!
Li
por: Constance em 05-08-2016
Saudades de você, Li.
por: Merél em 20-09-2016
Eu ouvi ~~~joelho~~~? :D
por: Constance em 20-09-2016
Hahaha. Eu lembrei de você, claro!
por: Maria da Paz e Silva Werner em 16-05-2017
Constante,moro pertinho da Slow Bakery e vou conhecer amanhã!Adorei suas dicas e vou conhecer tudo para levar minha filha,que mora na França,e está chegando de férias.Programa excelente para quem como nós,adora pão! Beijo.
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